Uma das reflexões que me acompanharam durante os três anos de redação da tese foi ver que todas as experiências que eu tinha a respeito da sociedade, da política e do Ser galego vieram não somente a iluminar alguns aspetos, mas a explicar de modo exato os documentos guitarrísticos que íam aparecendo nas pesquisas. Assim, percebi que a história da guitarra não era diferente da história geral da Galiza, mas oferecia um ponto de vista novo que fornecia mais informações, esclarecia alguns elementos e formulava novas hipóteses a serem avaliadas pel@s historiador@s galeg@s. Por exemplo, o conceito da música galego-portuguesa na Idade Média, a continuidade musical nos denominados ‘Séculos Escuros’ que na música não são tais, a relação das antigas e novas elites na sociedade galega de início do século XIX, ou a análise do mito da guitarra ‘espanhola’ criado no último terço desse século, durante a etapa canovista do Reino da Espanha e os seus efeitos na sociedade galega que se detetam e mesmo incrementam durante o século XX, devido ao processo traumático do nacionalismo espanhol e a posterior convalescência atualmente ainda não superada. São processos históricos que a humilde guitarra consegue explicar desde a análise das suas evidências.
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